domingo, 20 de junho de 2010

Ausentes!

O Presidente da República não esteve presente no funeral de José Saramago. Mas pior ainda que a sua ausência, foi a necessidade que o próprio encontrou, horas depois do funeral, em prestar declarações justificativas para sua ausência! Considerando "alguma polémica estéril" disse "o que um chefe de Estado deve fazer é diferente daquilo que deve ser feito pelos amigos ou deve ser feito pelos conhecidos. Devo dizer que nunca tive o privilégio na minha vida, se me recordo, de alguma vez conhecer ou encontrar José Saramago". Creio que o PR confundiu a posição do cidadão Cavaco Silva com a de Chefe de Estado! Ou será que não sabia que Saramago era o único escritor português laureado até agora com o prémio Nobel da literatura? Todos sabíamos (pelo menos os que temos memória) e não era segredo, que enquanto homens não nutriam qualquer estima ou amizade um pelo outro! Agora bem, para o Presidente da República estar presente nas exéquias fúnebres do Nobel português não precisava de o conhecer pessoalmente! Ou, sendo presidente, só vai a funerais de pessoas que conheceu ou encontrou pessoalmente?

Não faltou, no entanto, quem o justificasse. Marcelo Rebelo de Sousa, hipocritamente, disse ser mais importante "presença espiritual" de Cavaco do que "presença física". Marcelo não clarificou se falava na sua condição de “comentador” ou de conselheiro de estado!

Também Pedro Passos Coelho disse não querer contribuir para polémicas no dia do adeus a José Saramago, mas mesmo assim comentou “O senhor Presidente da República enviou como chefe de Estado uma mensagem na qual eu, como português, me revejo”. Para quem não quis contribuir para polémicas, ficou uma imagem de português ausente na qual se revê!

Da segunda figura do estado, Jaime Gama, também ausente, não se ouviu qualquer motivo!

Mal quando o estado, na pessoa das suas primeiras figuras, assim procede!

Eu sim que, como português, não me revejo neste tipo de gente…

4 comentários:

  1. Eu como português não me revejo num pseudo-português que, mesmo não percebendo muito da sua própria língua, conseguiu receber um Nobel (se fosse um prémio português, com este governo, ninguém se admirava), e assim não consigo perceber todo o folclore e dias de luto e presenças de "figuras do estado"...

    em tempo de crise podemos até afirmar que vivo deu lucro em Espanha e depois de morto veio dar despesa a Portugal

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  2. http://anaturezadomal.blogspot.com/2010/06/o-funeral-de-saramago.html

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  3. «É simbólico que Portugal homenageie hoje um homem que é contra Portugal»
    em IOL
    http://diario.iol.pt/esta-e-boca/saramago-d-duarte-morte-nobel-lisboa-tvi24/1171554-4087.html

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  4. Numa sociedade livre e democrática que levará pessoas a escrever ou emitir opiniões sob anonimato?

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