Os alunos da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, em Vila Real, manifestaram-se esta semana contra a falta de aquecimento! Escassos 7 dias depois, fico surpreendido com a notícia, não agora televisiva ou em qualquer jornal diário nacional, mas sim no semanário regional “A Voz de Trás-os-Montes”, de que a escola é já aquecida desde o dia 1 de Fevereiro por uma nova caldeira. Claro está de ver que se o frio que levou os estudantes a manifestarem-se foi motivo de notícia em telejornal nacional, já o calor que agora os aquece não suscita o mesmo interesse…
Mas perguntarão qual o motivo que me move o interesse pela instalação de uma caldeira nova na Escola Camilo Castelo Branco em Vila Real? Mais que nada o facto de a caldeira que durante 70 aqueceu essa escola, foi a mesma que me “aqueceu” durante os 5 anos que fui aluno do então “Liceu Nacional de Vila Real” ao qual o “estado novo” “roubara” o nome do seu patrono, Camilo Castelo Branco. Assim, liga-me à caldeira agora desactivada, uma réstia de carinho e saudade, não pela quantidade de calor que a mesma produzia nos meus tempos, mas principalmente porque era motivo para nós, no final das aulas de ginástica gritarmos “Oh Chico vai ligar a caldeira”, sem o êxito de termos uma gota de água quente, dada a já então ineficácia da caldeira associada em parte ao relaxamento do indisposto Chico… Assim mesmo aqueceu, o que foi possível aquecer, durante 70 anos… O fim de uma caldeira que “aqueceu” tanto e tantos, sim que seria notícia!
Fé
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