sexta-feira, 16 de julho de 2010

Portagens na "auto-estrada da justiça"




Há dias, relativamente à discussão entre PS e PSD sobre a forma de portajar as Scut, escrevi que se há que “descriminar positivamente” que sejam os descriminados…. Isto porque a avaliar pelo investimento em rodovias com perfil de auto-estrada efectuado nos últimos 30 anos, os merecedores de tal “discriminação positiva” seriam os habitantes do distrito de Bragança, porque são os únicos que não possuindo um simples km de essas vias,  contribuíram para pagar todas as das demais regiões!
Ingenuidade a minha…
Hoje, em Vila Flor, o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, António Mendonça, disse que "as novas estradas transmontanas vão ter portagens e que os utilizadores também terão de contribuir para um investimento prometido para fazer justiça a uma região isolada". A uma pergunta do público o ministro respondeu «eu há pouco falei que aqui na região são mais de dois mil milhões de euros em termos dos três projectos: túnel do Marão, Douro Interior e auto-estrada transmontana. Nós vamos ter de pagar», não esclarecendo se os utilizadores a que se referia eram os utilizadores fora da região ou se incluía os transmontanos! “Nós vamos ter de pagar” continuou o ministro, ainda sem esclarecer se o "nós"incluía os que cá vivemos.
Creio recordar que na altura em que o anterior governo, pela voz do primeiro-ministro, anunciou as obras a ser construídas no âmbito da auto-estrada transmontana, adjectivada de “auto-estrada da justiça”, somente o túnel do Marão e as variantes às cidades de Vila Real e Bragança teriam portagens, uma vez que a almejada auto-estrada seria construída sobre o trajecto do actual IP4!
Das duas uma, ou o ministro não está seguro do que diz (o que não seria a primeira vez que acontece) ou então o primeiro-ministro terá de rebaptizar a obra, talvez chamando-lhe a “auto-estrada da injustiça” para não lhe chamar da “pouca-vergonha”…
Parece que os autarcas se mostraram surpreendidos uns e conformados outros! O “socialista” Artur Pimentel, anfitrião da reunião, disse resignado “seria bom que não houvesse portagens, mas alguém tem de pagar", demonstrando a sua reconhecida adaptabilidade a sobreviver em “águas profundas e pouco oxigenadas”…

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