domingo, 23 de janeiro de 2011

Uma campanha pouco alegre 2


Se tivesse de escolher o mais relevante que cada candidato disse durante a última campanha eleitoral, seleccionaria as seguintes frases:

“para serem mais honestos do eu têm que nascer duas vezes, duas vezes
 (Cavaco Silva)

“dêem-me um tiro na cabeça, porque sem um tiro na cabeça eu vou para Belém”
(Fernando Nobre)

"Digo em voz alta o que a maioria pensa em voz baixa. Portugal está cheio de intocáveis." 
(José Manuel Coelho)

querem por os contribuintes a pagar de novo a crise”
(Manuel Alegre)

“as sondagens não me preocupam, nem a própria eleição é uma obsessão para mim”
(Defensor Moura)

“Esta candidatura que assumo exprime a exigência de uma profunda ruptura e de uma efectiva mudança em relação às orientações políticas seguidas nas últimas décadas.”
(Francisco Lopes)

Hoje, foi a eleição e todo segue como dantes:
Cavaco Silva continua Presidente da República, sem explicar como é mais honesto que qualquer outro cidadão, que tenha até nascido duas vezes. Fernando Nobre não deu nem levou um tiro na cabeça, nem foi para Belém. Manuel Alegre vai continuar nos seus nefelibatismos políticos sem dar conta que são os contribuintes, tal como antes, que pagam a crise. Defensor de Moura menos mal que não estava preocupado com as sondagens, nem obsessionado em ser presidente. Francisco Lopes não chegou a explicar se a mudança nas orientações políticas a que se referia seriam no seu próprio partido. Resta o surpreendente José Manuel Coelho que entre outras disse a grande verdade: “digo em voz alta o que a maioria pensa em voz baixa”.

2 comentários:

  1. confesso que ler o seu blogue é uma interessante exercício...mas ultimamente carregado de uma espécie de realismo-pessimismo...

    Hoje é um Dia Triste, certo.

    Mas devemos ganhar forças no interior e continuar a lutar...

    Existe sempre uma candeia que ilumina na noite escura

    ResponderExcluir
  2. Houve imensa gente que morreu com a esperança do fim da noite fascista, pois que outro nome poderei usar?
    Houve esperança nos muitos que viveram o 25 de Abril;
    Hoje resta o “fantástico” indicador da mortalidade infantil para garantir que há mais vivos para serem infelizes.

    ResponderExcluir