sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Uma questão de higiene!



Dos diversos papeis que existem: papel-moeda, papel de parede, papel de embrulho, papel de jornal, papel de tornassol, passando mesmo pelo cada vez mais triste papel que os políticos por toda a Europa vêm fazendo, o papel higiénico é talvez aquele que só quando nos falta, verdadeiramente o valorizamos.
Há já alguns anos, quando ainda não existia a temível ASAE, entrei esbaforido num café, pedindo uma garrafa de água e perguntando ao mesmo tempo pela casa de banho, para onde corri, quase no limite do controle do esfíncter anal. O alívio teria sido total, se houvesse papel ao qual limpar o “sim senhor”. Entre os bolsos e a carteira, encontrei e utilizei pequenos bocados de talões de compra de supermercado e até mesmo um boletim de totoloto, o que me trouxe em grande ansiedade até ao sorteio desse concurso! Na noite do sábado seguinte ao episódio, foi com grande alegria que verifiquei não ter premiada a chave do concurso com que habitualmente jogo! Caso contrário teria sido uma grande merda
Nunca mais entrei em uma casa de banho sem antes verificar se tem ou não papel. O papel higiénico nas casas de banho é dos acessórios mais elementares, que todos ansiamos que nunca nos falte, desde que o Sr. Joseph Gayetty, de Nova Iorque, EUA, o terá concebido, ao que parece, em 1857. Mesmo assim, acredito que Leonardo da Vinci que inventou o guardanapo, o tenha usado anteriormente a Gayetty…  No principio, parece que cada um se limpava ao que tinha mais à mão.  Ainda hoje há alguns que não distinguem a gravata do guardanapo e sabe-se lá que outras coisas confundem mais …
 No orçamento para 2011, quanto a mim com muita falta de limpeza, o governo decidiu actualizar o IVA do papel higiénico de 21 para 23% - incluindo este produto no leque dos cremes de beleza, águas-de-colónia, perfumes e tantos outros produtos considerados de luxo. Não creio que se possa considerar uma ostentação, limpar o cu a três ou quatro folhas de papel, pelo menos ao dos rolos de folha simples, reciclado, sem cores, relevo ou desenhos!
Se é luxo, então já sabe: cada um que volte a limpar-se com o que tiver mais à mão! Já os senhores deputados, nas retretes do parlamento, em caso de falta de papel especial para a sua limpeza individual, sempre poderão limpar os respectivos “sim senhores”, colectivamente, ao orçamento!
Haja decência… Pobres, mas limpos!

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