terça-feira, 8 de março de 2011

À rasca?


Em 1994 numa manifestação contra o aumento das propinas no ensino superior (era então ministra da educação Manuela Ferreira Leite) quatro estudantes mostraram o rabo com a inscrição “não pago”. Vicente Jorge Silva, num editorial do jornal “Público” dessa época utiliza a expressão “geração rasca”.

Dezassete anos depois de geração rasca evoluiu-se para “geração à rasca”. Analistas políticos, ex-ministros, ministros que o deixarão de ser, ministros que já o foram e esperam voltar vir a ser, ministros que deixaram de o ser para passar a ser administradores de empresas (de preferência públicas), esquecendo que também eles estiveram à rasca - naturalmente em outros tempos - tem protagonizado um coro de protesto contra o anunciado protesto da “geração à rasca”, chegando alguns deles a ver no horizonte uma espécie de putch para derrubar a democracia. Alguns, normalmente os mais acirrados na oposição ao “movimento” da “geração à rasca”, pertenceram à “geração rasca”, o que se calhar justifica que haja, hoje, uma geração à rasca...

No entanto, há uma coisa que - governantes e ex-governante que aspiram vir a ser governantes, nessa alternância “democrática” que dura há 30 anos – não conseguem ver, é que:

Não há uma geração à rasca é o país que está à rasca!...

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