sábado, 12 de março de 2011

Quem os enganou?


Aos jovens licenciados dos recibos verdes, dos estágios não remunerados, dos empregos precários ou mesmo desempregados, quem os enganou?
Culpados? No nosso país de “brandos costumes” normalmente a “culpa morre solteira”!

No ensino, dizem ter sido Veiga Simão, ministro do governo de Marcelo Caetano, quem “democratizou” o ensino em Portugal. Em nome da "educação para todos", nos anos 70 viu-se as então “regentes”passarem a professoras primárias e professores primários serem promovidos a “setôres”...
 
A seguir, vieram os anos das passagens administrativas… A invenção de professores “sem habilitação própria” autorizados a leccionar matérias tão importantes como português, matemática ou física! Viu-se repetidas vezes, alunos com um impreparado 7º ano passar a ser “setôres” de um dia para o outro!
Entrar numa universidade passou a ser o caminho normal de qualquer aluno que terminava o ensino secundário. 

Quando Portugal recuperou do “período revolucionário em curso”, a educação, na alternância democrática do país, foi entregue a: João de Deus Pinheiro, Roberto Carneiro, Diamantino Durão, Couto dos Santos, Manuela Ferreira Leite, Marçal Grilo, Guilherme Oliveira Martins, Júlio Pedrosa e mais recentemente dividida em dois ministérios, primeiro David Justino com Pedro Lynce e Maria da Graça Carvalho e depois Maria De Lurdes Rodrigues e Isabel Alçada com Mariano Gago no ministério da educação e no do ensino superior, respectivamente. Todos fizeram reformas e reformas de reformas. Todos referenciados como reputados pensadores da educação. Todos autores de ensaios e livros, alguns publicados depois de serem ministros, dizendo o que deveria ser feito, mas esquecendo o que não fizeram. Todos empenhados no combate ao insucesso escolar. Em nome das “boas” estatísticas, abusaram do facilitismo, eliminaram os exames, ilegalizaram o odioso “chumbo”, inventaram centros das “novas oportunidades”, estabeleceram processos de “validação e reconhecimento de competências”, criaram e agilizaram o acesso a “licenciaturas para maiores de 23 anos”, fizeram o "ensino recorrente", os CETEs e CESEs como forma de entrar nas universidades sem aprovar o 12ºano… 

Em nome da educação, formação e criação de competências, criaram-se os cursos mais diversos que se possam imaginar (775 cursos entre universidades e politécnicos), multiplicaram-se as universidades privadas, escolas e institutos, por todo o país, fazendo do ensino um negócio! Não importa como, mas o que é preciso é ser doutor e depois se verá! E viu-se: Uma “geração à rasca” num país à rasca... Mas desta vez a culpa tem nome e apelidos…

2 comentários:

  1. 300 000 a manifestarem-se contra um governo eleito à ano e meio.
    onde estavam esses jovens à rasca nas ultimas eleições?
    terão ficado no facebook em vez de irem votar?!

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  2. alguns podem ser aqueles que a incompetência do ministro Rui Pereira impediu de votar!
    Alfredo

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