Ligações perigosas! Uma peça em dois actos.

A demissão

Miguel Relvas demitiu-se de Ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares do governo de Passos Coelho. Jornalistas, analistas políticos e demais comentadores ligaram a sua demissão a um relatório escondido numa das gavetas da secretária do seu colega, Nuno Crato,  no qual pedia a anulação da sua licenciatura. 

Responsáveis do CDS, mas fora do governo apressaram-se a dizer que esta era a prova de que as instituições e justiça Portugal funcionavam, trazendo estabilidade ao governo. Nada mais falso...

Primeiro, Relvas demitiu- se e não foi demitido, por razões – segundo ele – de já não possuir “força anímica” para continuar.

Segundo, enquanto assim rezar a constituição da República Portuguesa, jamais será necessário ser licenciado para pertencer ao governo!

Terceiro, Pedro Passos Coelho que o tinha escolhido para ser seu ministro já tinha há algum tempo atrás declarado que o caso da licenciatura de Relvas era “um não assunto”.

Quarto,  o próprio Pedro Passos Coelho após a demissão de Relvas declarou no parlamento que “Miguel Relvas não cometeu qualquer abuso de poder” ou “ qualquer irregularidade dentro da universidade”.

A licenciatura

O “licenciado” Miguel Relvas, que fez os seus estudos dentro de toda a legalidade, qual Al Capone, foi apanhado pela teia da lei! Ou seja um exame, imagine-se ainda, à disciplina de “Introdução ao Pensamento Contemporâneo”  (que pensamento e que contemporaneidade possuiria o conhecimento de Relvas?) que diz ter realizado com a classificação de 18 valores, violou um regulamento interno da universidade... Que azar!

Conclusão:

If you see fraud and do not say fraud, you are a fraud. Nassim Taleb (in Antifragile) que em português significa mais ou menos isto “tão ladrão é o que vai à horta como o que fica à porta”, ou seja Passos Coelho, se tivesse vergonha, demitia-se.

Fé