terça-feira, 14 de setembro de 2010

Revisão constitucional

Como pode, de acordo com Passos Coelho, explicar-se que alterações ao texto constitucional como a substituição de despedimento “com justa causa” por “razão legalmente atendível” ou que os serviços de Saúde e Educação deixem de ser “tendencialmente gratuitos” para passar a prevalecer que ninguém deve ser privado do acesso à Saúde e à Educação “por falta de meios económicos”, sejam “essenciais para tornar mais rápido o crescimento em Portugal” contribuir para “a criação de emprego” ou até mesmo “dar sustentabilidade às nossas finanças públicas”? Podem tais alterações ao texto constitucional tornar o “Estado social mais justo” ou mesmo “defender um Estado social moderno” como afirma o Presidente do PSD?

De um facto político com entrada de leão, Passos Coelho tem agora uma saída de sendeiro… De muito prometer e até mesmo ameaçar, deixa intactos os poderes do Presidente da República, abandona a possibilidade do parlamento se auto-dissolver ou até mesmo a ideia peregrina do Presidente poder “demitir o Governo sem alegar o regular funcionamento das instituições”.

Decididamente de uma imagem de dirigente responsável, cooperante, com estratégia e preparado para governar, passou a ser mais um politico bruxuleante de ideias abstrusas.

Mau começo na chamada “reentré” …

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