segunda-feira, 15 de setembro de 2014

António Costa?


Sou inscrito no PS desde 1977. Em 1974 com apenas 15 anos integrei a primeira comissão nacional da Juventude Socialista, eleita no seu primeiro congresso livre. Decorriam anos de grande euforia, entusiasmo  e esperança... Os anos trouxeram o desânimo e a desilusão que nos conduziu ao estado de, na palavra de Herculano, obter a triste tranquilidade do incrédulo político!

Depois de vários anos, de completa letargia política,  fui no passado fim de semana convidado a acompanhar a deslocação de António Costa a Bragança, no âmbito da sua candidatura ­ ­— algo novo no sistema político português — a futuro candidato a primeiro ministro pelo PS. Aceitei e fi-lo por razões, que não tendo por que me justificar, gostaria de dizer:
-   Acredito que António Costa está condições mais favoráveis de ser um Primeiro Ministro melhor que António José Seguro que (não querendo fazer comparações pelo odiosas que são) desde cedo me impressionou o anuncio extemporâneo e oportunista da sua candidatura a secretário geral do PS, quando ainda se encontrava quente o “cadáver” de José Sócrates;
-   Conheço António Costa desde 1976, quando as nossas ilusões nos impediam de ver a política como um “negócio” e inocentemente lutávamos pela ideologia sem esperar compensação;
-   Vi António Costa como dirigente associativo empenhado, quando frequentava o curso de direito na universidade de Lisboa;
-   Advogado de profissão, que abandou (ao contrário de outros) quando se dedicou com exclusividade à política, evitando tirar proveitos da promiscuidade que hoje se convencionou designar por “tráfico de influências”;
-   Lutar e ganhar eleições da maior câmara municipal do país, contribuindo objectivamente para uma vitória recente do PS nas autárquicas, hoje reivindicada pelo seu opositor, que esquece que jamais o poderia fazer se António Costa tivesse perdido Lisboa;
-   Pela sua experiência governativa por duas vezes e ser um político, a quem se conhece uma vida de trabalho, de estudo, uma profissão, cujo currículo não é fruto da  produção e progressão  política da máquina partidária;
-   Pela sua honestidade, presença, saber, competência e principalmente pelas irreconhecíveis qualidades humanas, que quem o conhece, repito conhece, não poderá negar.

Sou apoiante de António Costa porque sou um homem livre, com opinião própria e sem qualquer ligação a associações, interesses,  grupos de pressão ou lobbies. Mesmo aqueles que rápida e provocadoramente me chamaram “costista”, podem descansar... dia 29 de Setembro continuarei “na triste tranquilidade do incrédulo político”!


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